segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Tempo é dinheiro


Não com muita saudade, lembro-me do tempo em que me sentia obrigado a ficar em algo que não me agradava apenas por já ter pago.


Esta é autobiográfica e vem com um exemplo.

Fui convencido a visitar um famoso parque aquático na região; e, como todos os seres humanos que ainda trabalham (reconheço ser um dos poucos que não inventa doenças para faturar aposentadoria pelo INSS ou faz uma penca de filhos pra descolar um "bolsa-preguiça" qualquer), o único dia possível envolveria um final de semana ou feriado.

Pra encurtar os fatos, havia incontáveis Lulistas no local... era fila pra entrar no estacionamento, fila para retirar o ingresso (mesmo com fila específica para quem já tivesse pago pela Internet, algumas criaturas conseguem demorar mais de 20 minutos pra trocar uma maldita folha de papel por outra), fila para entrar, fila para tentar alugar um armário (não havendo armário suficiente para todos), fila para comer, fila para os malditos brinquedos, fila até pra poder pegar fila.

A coisa toda parece um zoológico, onde a maior diversão (talvez a única no maldito lugar que não precise pegar fila) é ficar vendo os Lulistas divertindo-se nas inúmeras filas... rindo, torrando ao sol, curtindo realmente aquele dia de filas.

Pensando friamente, vou criar um parque temático apenas com filas, sem os brinquedos... acho que esse tipinho de gente gosta mesmo é delas. Podem até acabar num precipício... e, por mais que assim os clientes não voltem, pela quantidade abundante destas criaturas, acho que meu negócio não vai à bancarrota.

A vantagem de ter virado um cara velho e cheio de manias é que não me obrigo mais a "aproveitar" o dinheiro que gastei para entrar na bosta do parque. Fiz uma enorme cagada me deslocando até lá e pagando por isso; mas não vou continuar insistindo no meu erro.
Ao invés disso, vou aproveitar melhor o meu tempo, e deixar os Lulistas aproveitando seu (e meu) dinheiro.

Saldo final do dia? Após menos de duas horas observando os Lulistas nas filas, o melhor é trocar de roupa no estacionamento (afinal, se não há espaço nos armários, onde ficou a roupa seca?), voltar pra Sampa e procurar um restaurante caro (sem Lulistas) e sem filas (sem Lulistas).

Meu tempo vale muito mais que meu dinheiro... vantagem discreta de ser um velho turrão no mundo moderno.

Deixo a Lulalândia para os Lulistas, felizes com suas intermináveis filas e "bolsas-preguiça".
Se o fato de rejeitar voluntariamente estas agruras pode me transformar num elitista... me põe na fila!

3 comentários:

  1. Cê esqueceu de citar a sensação inigualável de parecer um macarrão no meio de outros macarrões naquela sopa de piscina quente. Eca!

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  2. Pois é... e eu ainda tenho severas dúvidas de que a fonte de aquecimento seja exclusivamente artificial...

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  3. O que eu acho lindo é que os clubes por todo o canto exigem "minuciosos" exame$$$ de pi$$$cina e nesses parques qualquer favelado pode entrar com todas as suas frieiras, tinhas e pés de atleta impunemente...

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